Já conhece o Centro de Baixa Visão na cidade do Porto?
Nos recantos de uma localização preferencial no centro do Porto, como assim se digna a Clínica Oftalmológica Professor Doutor José Salgado Borges, nasceu em 2018 uma parceria entre saúde visual, alta tecnologia (representada pela Hemicare) e apoio psicológico que se envolve com base em 3 valores: inclusão, informação e prevenção. Neste artigo recordo a reportagem realizada pela revista Oftalpro sobre este acontecimento.
De uma oportunidade de trabalho conjunto e partilha de conhecimentos entre a Clínica Oftalmológica Prof. Doutor J. Salgado Borges / Clinsborges e a Hemicare, empresa de equipamentos de alta tecnologia em baixa visão, inaugurou-se no Porto o primeiro centro que visa melhorar a qualidade de vida dos cidadãos com visão reduzida, independentemente das suas necessidades, possibilidades e faixa etária.
Muitas vezes aos problemas visuais associam-se alterações psicológicas e para lidar com este aspecto pode contar-se com Margarida Gomes, psicóloga de profissão, ligada a problemas de sub-visão há quase 15 anos, que dará o apoio necessário aos doentes que, nestas situações, têm muitas dificuldades de integração e adaptação.
Este apoio passa por motivá-los a seguir os tratamentos e a indicar os procedimentos a tomar, assim como prestar apoio familiar. A psicóloga refere que em regra as pessoas ficam muito concentradas na sua incapacidade para realizar as tarefas diárias, o que afeta a auto-estima.
Afirma ainda que “o importante é combinar as várias abordagens: para além da abordagem médica/clínica e da tecnológica, a intervenção psicológica pretende ajudar na adaptação ao dia a dia”.
“No Norte, não existia um local onde se pudesse experimentar tanta diversidade de equipamentos”
Continuando com as palavras de Margarida Gomes, “há muito a ideia de que as pessoas afetadas por um mesmo problema têm todas as mesmas necessidades”.
De facto, e como a ciência da oftalmologia vem a mostrar, não é o que acontece. Este Centro de Baixa visão apresenta assim um conjunto de soluções que são aconselhadas aos pacientes após fazerem uma avaliação, serviço que, muitas vezes, não é fácil de obter nas entidades públicas.
Feita a avaliação, a técnica Lara Pimenta ensina cada paciente a usar cada um dos equipamentos disponíveis.
É importante referir que depois de aconselhar deixamos o doente decidir qual o aparelho que mais lhe convém, tendo em conta as suas possibilidades económicas – há equipamentos para muitos preços e o objetivo da nossa clínica é permitir que as pessoas possam escolher as melhores soluções para o seu caso.
Cada um vê mal ou bem, conforme os olhos que tem
Todos temos direito a uma vida “normal”, sublinha Lara Pimenta, há hoje uma grande diversidade de apoios técnicos às situações de baixa visão; nesta área, como em muitas outras, a electrónica e a informática permitiram grandes avanços e melhorias.
É importante definir qual a visão ainda existente e a quem se destina o apoio. Por exemplo, se não há visão restante ou ela é quase nula é importante permitir ao doente a possibilidade de movimentação autónoma e neste caso a opção poderá ser uma espécie de radar, um aparelho portátil que indique a localização de obstáculos e a sua distância.
Nestes mesmos doentes a possibilidade de leitura poderá passar por um sistema baseado numa câmara de televisão e num computador, que possa ler e identificar o texto, transmitindo-o por voz.
Mas se se trata de um adulto ainda com alguma capacidade visual e que não consegue ler por os textos impressos terem caracteres muito pequenos, então a solução poderá passar por um aparelho fixo, baseado num circuito fechado de televisão, eventualmente com possibilidade de ajustar a ampliação e o contraste.
Numa situação com exigências diferentes estão os que precisam de melhorar a sua capacidade visual numa localização variável e não fixa. O exemplo típico são as crianças em idade escolar.
Aqui poderá recorrer-se a uma lupa, desde a lupa simples à lupa iluminada ou à lupa com sistema electrónico de ampliação auxiliar. Um problema mais complexo é o da visão a maior distância, como por exemplo ver televisão, ver os preços numa montra ou apreciar um museu.
Actualmente existem algumas soluções, desde simples lupas ópticas a óculos análogos aos de realidade virtual. No entanto, a restrição do campo visual que acarretam e a rápida variação do campo observado com pequenos movimentos angulares dos olhos/cabeça exigem treino e habituação demorada e que muitas vezes não é aceite pelo doente.
Em conclusão, considero que este centro é com toda a certeza uma mais valia para todos os indivíduos ou instituições ligadas à baixa visão, mas sem nunca esquecermos que a escolha também depende, e muito, do custo das alternativas possíveis.
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