A visão é muito importante, mas temos que a integrar com todos os outros sentidos

Hoje divulgo uma entrevista que foi publicada na Revista Dignus e na qual abordo a importância da visão para ter uma boa qualidade de vida, particularmente sobre os cuidados especiais que se deve ter com os olhos da população idosa, além de realçar o serviço desenvolvido pelo Lenitudes Medical Center & Research.

A visão é um dos sentidos mais importantes do ser humano. Ela dá-nos a perceção da realidade que nos rodeia e, como tal, deve ser cuidada e acompanhada com regularidade. Com o avanço da idade a visão também começa a envelhecer, portanto deverá merecer ainda mais a nossa atenção para se evitarem patologias graves que podem levar a uma cegueira permanente.

A Revista Dignus conversou com José Salgado-Borges, Oftalmologista, Diretor Clínico da Clinsborges, Coordenador dos serviços de Oftalmologia dos Hospitais Privado da Boa Nova e de Dia da Maia e Coordenador da Unidade de Oftalmologia do Lenitudes Medical Center & Research, por forma a compreender a importância e os cuidados que se deve ter com os olhos, principalmente numa idade mais avançada.

José Salgado-Borges frequentou a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e no final do internato de Oftalmologia viajou para os Estados Unidos para realizar um Fellowship em Chicago durante 2 anos. Como tese do seu Doutoramento abordou a etiologia da degenerescência macular relacionada com a idade, uma patologia que incide sobre o envelhecimento da retina que com a idade promove a alteração de toda a estrutura da retina, sendo que existem diversas causas que levam a essa consequência do envelhecimento dos nossos olhos.

Posteriormente abraçou novo projeto no Hospital de São Sebastião em Santa Maria da Feira, onde foi diretor do serviço de Oftalmologia, durante 15 anos. Ali desenvolveram uma atividade pioneira, uma gestão empresarial diferente na área da saúde e que serviu de exemplo para outros hospitais.

Dignus: Quais as preocupações que devemos ter com a nossa saúde ocular, principalmente quando falamos da população idosa?

José Salgado-Borges (JSB): Faz todo o sentido cada vez mais nos preocuparmos não só com as doenças em si, mas fundamentalmente com a prevenção. Cada vez há mais pessoas com mais de 65 anos, cada vez a longevidade é maior, e devemos ter em conta que a nossa retina vai acompanhar o envelhecimento normal que surge no resto do organismo.

Tanto o glaucoma, a degenerescência macular relacionada com a idade ou mesmo as alterações oculares na diabetes fazem com que os olhos venham a sofrer de patologias que numa idade inferior não se registavam. Se conseguirmos prevenir situações que sejam tratáveis podemos travar a sua evolução, quer com medicação ou através de cirurgia.

Cada vez mais, não só nas pessoas com idade, mas também mais cedo, começam a surgir queixas do olho seco, olhos que picam, ardem, provocam desconforto na visão, sintomas que surgem pelo ambiente que nos rodeia, uso excessivo de computadores, alterações hormonais, entre outros fatores. Uma das formas de controlar esta situação é utilizar a regra dos 20 20 20, que estipula que a cada 20 minutos que passamos no computador, devemos parar 20 segundos e pestanejar 20 vezes. Tendo em conta esta realidade eu criei recentemente a regra dos 30 30 30, que estipula (exceto obviamente no trabalho) que se deve apenas utilizar para uso pessoal o computador, smartphone ou tablet 30 minutos de manhã, 30 minutos depois do almoço e 30 minutos à noite.

As complicações com a idade vão surgir, portanto devemos fazer tudo para as retardar, tratar ou controlar para minimizar os efeitos que elas têm.

Dignus: Como se deve receber e tratar um paciente idoso?

JSB: Quando recebemos um paciente idoso temos que o compreender não só de acordo com a sua patologia, mas temos que o entender como um todo. A visão é muito importante, mas temos que a integrar com todos os outros sentidos, com as suas debilidades, como as dificuldades na audição, a diminuição da cognição, as dificuldades de locomoção.

Deve haver uma grande preocupação no aconselhamento ao paciente idoso. A título de exemplo nos Estados Unidos da América há estudos feitos em que o uso de óculos progressivos pode originar quedas e outras situações que do ponto de vista de custos, dificuldades e danos para o doente são grandes. Hoje em dia temos, por exemplo, a possibilidade de operar e usar lentes intraoculares que permitem a uma pessoa ver muito razoavelmente ao longe, a meio e ao perto, e evitar na maioria das situações o uso de óculos.

O que faz então mais sentido? Ter um custo acrescido para utilizar lentes que possibilitam que a pessoa corrija no seu dia a dia o astigmatismo ou visão a meia distância? Ou ter um custo acrescido de 2 em 2 ou 3 em 3 anos com a compra de óculos progressivos que são dispendiosos?

Dignus: Que preocupações deve ter um idoso que necessite de tratamento oftalmológico?

JSB: Uma pessoa com a idade deverá ter uma consulta periódica de Oftalmologia; se não tiver patologias oftalmológicas graves deverá ter uma consulta pelo menos de 4 em 4 anos para ver se as suas tensões oculares estão normais, principalmente se houver um histórico familiar de patologias como o glaucoma ou degenerescência macular. No que respeita a uma pessoa diabética poderá haver um encurtamento temporal dessas consultas.

Temos um Sistema Nacional de Saúde que infelizmente não dá cobertura a toda a população, mas também é porque muitas vezes há um exagero das pessoas, talvez por má orientação, porque ao invés de irem a uma consulta periódica de 4 em 4 anos vão em alguns casos com uma periodicidade anual sem necessidade. Deve haver um acompanhamento próximo e um tratamento das pessoas que têm patologia, e deve-se ter em conta a prevenção, por exemplo para aquele doente com cataratas que começa a ter dificuldades no seu dia a dia, para que seja operado, ou um doente com glaucoma que deve ser seguido de forma regular.

Faz todo o sentido haver cada vez mais uma integração de cuidados e também uma preocupação com os cuidados das pessoas, até porque grande parte dos hospitais do Estado estão muito bem apetrechados quer do ponto de vista técnico como de profissionais. Apesar deste fator faz todo o sentido aproveitar os recursos das unidades não estatais através da criação de parcerias, por forma a que haja uma complementaridade na assistência. É importante o cuidado das pessoas e devia haver uma preocupação maior ao invés de haver uma visão unicamente estatal, desde que custos excessivos sejam acautelados.

Dignus: O que é a Lenitudes Medical Center & Research e quais os serviços e especialidades disponibilizadas?

JSB: É um centro multidisciplinar e funcionou nos seus primeiros 3 anos de existência fundamentalmente vocacionado para a área da oncologia, quer no que respeita ao diagnóstico como ao tratamento; desde o início do presente ano até agora têm vindo a ser integradas as novas especialidades. O objetivo é que cada especialidade, nomeadamente a Oftalmologia, esteja dotada tanto do ponto de vista de diagnóstico como de tratamento, por forma a se fazer uma abordagem global do paciente, não só de uma forma isolada, mas também integrada, como por exemplo com a Otorrinolaringologia, Cirurgia Plástica, Cirurgia Geral, Endocrinologia, Cirurgia Vascular, Neurologia, Neurocirurgia, entre outros.

A Lenitudes surge agora com um novo visual que contempla uma abordagem multidisciplinar; e julgo que até ao final do ano todas as especialidades que foram criadas e introduzidas irão trabalhar em conjunto para que o doente seja tratado de uma forma global e com ainda melhor qualidade.

Pode ler toda a entrevista na edição original da Revista Dignus AQUI NESTE LINK.

 

 

 

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