Perguntas e Respostas essenciais sobre a Síndrome do Olho Seco

Neste artigo apresento uma lista de perguntas comuns sobre a Síndrome do Olho Seco, assim como as respectivas respostas, de modo a esclarecer as principais dúvidas sobre uma doença ocular cada vez mais presente no quotidiano dos portugueses.

De acordo com um estudo recentemente divulgado, a síndrome do olho seco (SOS) atinge 10 a 20% da população. Quais são os elementos de alerta? Quando surgem? O que provoca esta doença?

O olho seco manifesta-se por um conjunto de sinais e sintomas inespecíficos, entre os quais se encontram a sensação de picada ou de corpo estranho, o ardor e o lacrimejo excessivo, bem como fotofobia.

Na vida profissional, somos expostos a inúmeros factores ambientais identificados como fonte de secura ocular. Refira-se como exemplo de situações responsáveis pelo síndrome de olho seco, a utilização prolongada dos monitores e a consequente diminuição do pestanejo; a exposição aos poluentes ambientais e ao fumo do tabaco com o seu efeito na destabilização do filme lacrimal; a humidificação deficiente e o aumento da evaporação da lágrima, bem como o aumento crescente das viagens de avião são também causas importantes de secura ocular.

Existem alguns factores que estimulem particularmente o aparecimento desta patologia inflamatória?

Para além dos factores ambientais já referidos um outro factor importante é a idade; após os 60 anos, a produção de lágrimas é cerca de 25% da verificada no jovem adulto.

A produção de lágrimas é também afectada pela toma de medicamentos tais como os anti-depressivos, anti-hipertensores ou anti-histamínicos. Igualmente, interferem na produção das lágrimas factores hormonais, sabendo-se que o olho seco é mais frequente na mulher, após a menopausa.

Quais são as melhores formas de prevenção do síndrome do olho seco?

Como forma de prevenir os sintomas e sinais do olho seco deveremos evitar a exposição durante períodos prolongados a ambientes poluídos ou hiperaquecidos.

Por outro lado, sabendo que a leitura e o uso excessivo do computador são uma causa importante de secura ocular, o sentar a 50 cm do ecrã, o posicionamento do monitor abaixo do olhar, o pestanejar e fazer pausas frequentes, são medidas preventivas fundamentais para evitar uma fixação prolongada e a consequente evaporação excessiva do filme lacrimal.

Existe alguma explicação para o facto da SOS ter vindo a aumentar nos últimos anos?

Sendo que o SOS é uma entidade multifactorial julgo que no seu conjunto, todos os factores de risco, terão a sua quota parte de responsabilidade no aumento verificado nos últimos anos quer pela diminuição da produção das lágrimas quer pela sua excessiva evaporação, provocando desconforto ocular e consequente inflamação da superfície ocular.

Que consequências estão subjacentes a esta doença?

O SOS deve ser considerado como parte integrante e fundamental para a manutenção da integridade da superfície ocular externa.

Desta forma, quando presente, o SOS poderá afectar estruturas oculares importantes tais como a córnea, a conjuntiva ou as pálpebras. Assim, como consequência do SOS poderão aparecer situações oculares graves tais como úlceras corneanas centrais ou periféricas, ectrópios, entrópios ou simbléfaros.

A síndrome do olho seco pode ser um sintoma para outro tipo de doença? Se sim, de que género?

É importante a identificação do atingimento de outras mucosas, tais como a bucal ou vaginal. Existem, por outro lado, várias doenças crónicas gerais ou doenças do foro imunológico como o lúpus ou a síndrome de Stevens-Johnson, a sarcoidose ou a SIDA associadas ao olho seco. É especialmente importante a síndrome de Sjögren, frequente nos doentes com artrite reumatóide.

Assim, é recomendável sempre que necessário referenciar estes doentes ao internista ou reumatologista para avaliar e tratar as doenças inflamatórias associadas ao olho seco que requerem uma terapêutica específica, tal como a imunossupressão.

Segundo vários especialistas é cada vez mais vital reforçar a actualização científica nesta área da oftalmologia porque as inflamações são situações oftalmológicas muito graves. Concorda? Na sua opinião, o que ainda é necessário fazer neste campo?

Tendo o SOS um componente inflamatório importante será fundamental estar alerta e actualizado para os novos conceitos e alternativas terapêuticas nesta área.

Julgo que será fundamental a integração e reconhecimento dos mecanismos inflamatórios envolvidos na génese desta entidade com os factores de risco identificados, por forma que de uma maneira integrada se consiga diminuir os seus efeitos altamente incapacitantes.

Comum ao tratamento de todas as situações de olho seco é a administração de lágrimas artificiais. Uma terapêutica mais adaptada tem sido disponibilizada pela investigação  e desenvolvimento farmacológico (lágrimas artificiais sem conservantes e geles fluidos).

Em conclusão, para prevenir e tratar um olho seco para além da utilização de lágrimas artificiais é fundamental alertar os grupos de risco para este problema, nomeadamente os idosos, evitar o uso prolongado dos computadores e a permanência em ambientes adversos. Pode também consultar o nosso Centro Integrado do Olho Seco (CIOS) onde realizamos diagnósticos e tratamentos recorrendo às últimas inovações tecnológicas.

José Salgado Borges

TFOS Global Ambassador for Portugal

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